quinta-feira, novembro 18, 2010
quarta-feira, novembro 17, 2010
terça-feira, novembro 16, 2010
José e Pilar
Fui assistir ao documentário sobre Saramago. Optaram por mostrar sua vida do ponto de vista da sua relação com Pilar. Achei acertado e humano.
É comovente vê-lo na faina diária, e tenho particular predileção pelas cenas em sua mesa de trabalho.
Taí um registro que seria facilmente assinado por mim.
Não estou me alçando à tamanha capacidade técnica, nem estou dizendo que faço igual. Mas compartilho o ponto de vista de quem decidiu o fio condutor da obra.
Amo detalhes, pois acho que eles entregam o que há de mais autêntico em nós. O pé na pantufa, os dedos entrelaçados, o copo de leite trazem a mim o homem, o ser, o conjunto humano imperfeito e falho que labora a obra prima.
Não me atrevo a opinar sobre a posição política do escritor e sua tumultuada relação com Portugal. Deixo essa tarefa pra Isa , portuguesa da gema e, portanto, com maior propriedade no assunto.
As imagens são belíssimas. Portugal e Espanha retratados como um luxuoso pano de fundo dessa trajetória soberba. Não conhecia mas pretendo acompanhar os trabalhos do diretor português Miguel Gonçalves Mendes.
Me impressiona o fato de Saramago ter começado a escrever aos sessenta anos. E esse fato para mim explica a consistência da sua obra. São idéias amadurecidas, trabalhadas no processo de uma vida.
Esse é outro ponto forte do documentário. É uma obra honesta. Claro que a ideologia está lá, nem teria como ser diferente pois José e Pilar são pessoas ideologicamente comprometidas e vivem em coerência com sua forma de pensar. Mas essa ideologia é apenas uma face do retrato. Não é bandeira do filme.
O contraponto de temperamento do casal é divertido e interessante. Pilar é o vento que sopra em Lanzarote. Espanhol, impetuoso e veemente. Saramago é de uma sagacidade melancólica e serena.
Produzem juntos um senso de humor delicioso, complementar e único.
Momento total vergonha alheia do leitor brasileiro na fila de autógrafos pedindo ao escritor que desenhasse um hipopótamo. Assistindo eu queria morrer. Se estivesse presente no fato, matava o desgraçado.
A obra é emocionante sem ser piegas, o amor dos dois é lindo sem ser água com açúcar e temos do escritor um retrato digno, comovente e humano, sem nenhuma dramaturgia, repleto apenas de vida.
Ainda não li A Viagem do Elefante, livro que o Saramago estava escrevendo na época do documentário mas tenho certeza de que quando vier a fazê-lo, Saramago e Pilar estarão comigo.
É filme pra ver no cinema e mais tarde comprar o DVD. Recomendo muito.
É comovente vê-lo na faina diária, e tenho particular predileção pelas cenas em sua mesa de trabalho.
Taí um registro que seria facilmente assinado por mim.
Não estou me alçando à tamanha capacidade técnica, nem estou dizendo que faço igual. Mas compartilho o ponto de vista de quem decidiu o fio condutor da obra.
Amo detalhes, pois acho que eles entregam o que há de mais autêntico em nós. O pé na pantufa, os dedos entrelaçados, o copo de leite trazem a mim o homem, o ser, o conjunto humano imperfeito e falho que labora a obra prima.
Não me atrevo a opinar sobre a posição política do escritor e sua tumultuada relação com Portugal. Deixo essa tarefa pra Isa , portuguesa da gema e, portanto, com maior propriedade no assunto.
As imagens são belíssimas. Portugal e Espanha retratados como um luxuoso pano de fundo dessa trajetória soberba. Não conhecia mas pretendo acompanhar os trabalhos do diretor português Miguel Gonçalves Mendes.
Me impressiona o fato de Saramago ter começado a escrever aos sessenta anos. E esse fato para mim explica a consistência da sua obra. São idéias amadurecidas, trabalhadas no processo de uma vida.
Esse é outro ponto forte do documentário. É uma obra honesta. Claro que a ideologia está lá, nem teria como ser diferente pois José e Pilar são pessoas ideologicamente comprometidas e vivem em coerência com sua forma de pensar. Mas essa ideologia é apenas uma face do retrato. Não é bandeira do filme.
O contraponto de temperamento do casal é divertido e interessante. Pilar é o vento que sopra em Lanzarote. Espanhol, impetuoso e veemente. Saramago é de uma sagacidade melancólica e serena.
Produzem juntos um senso de humor delicioso, complementar e único.
Momento total vergonha alheia do leitor brasileiro na fila de autógrafos pedindo ao escritor que desenhasse um hipopótamo. Assistindo eu queria morrer. Se estivesse presente no fato, matava o desgraçado.
A obra é emocionante sem ser piegas, o amor dos dois é lindo sem ser água com açúcar e temos do escritor um retrato digno, comovente e humano, sem nenhuma dramaturgia, repleto apenas de vida.
Ainda não li A Viagem do Elefante, livro que o Saramago estava escrevendo na época do documentário mas tenho certeza de que quando vier a fazê-lo, Saramago e Pilar estarão comigo.
É filme pra ver no cinema e mais tarde comprar o DVD. Recomendo muito.
segunda-feira, novembro 15, 2010
Flores
Adoro mexer na terra.
Mas o quintal estava praticamente abandonado, entregue ao matagal que reinava absoluto e florido.
Ontem resolvi limpar tudo e tirei nada mais nada menos que oito sacos gigantes de lixo cheios de mato do quintal.
Mas antes de arrancá-los, colhi as flores dos dito cujos e fiz um vaso.
Olha que fofo: um vaso de flores de mato.
Mas o quintal estava praticamente abandonado, entregue ao matagal que reinava absoluto e florido.
Ontem resolvi limpar tudo e tirei nada mais nada menos que oito sacos gigantes de lixo cheios de mato do quintal.
Mas antes de arrancá-los, colhi as flores dos dito cujos e fiz um vaso.
Olha que fofo: um vaso de flores de mato.
quinta-feira, novembro 11, 2010
Breve intervalo para fofocar cos colegas.
Estou estudando, me preparando para disputar uma vaga de mestrado ano que vem. Já falei isso, vocês já sabem.
E nessa faina diária de manter o trabalho em dia sem descuidar dos estudos, o blog passa a ser cada vez mais negligenciado.
Visitar e comentar no blog dos amigos então, nem se fala.
Passei pelo blog da Aninha esses dias http://www.urbanamente.net/blog/ e vi que ela também está em apuros, queimando as pestanas em um trabalho, nas palavras dela, sério. Importante. Necessário. Trabalho esse que a manterá por um tempo bem longe da produção dos deliciosos posts da sua lavra. Infelizmente.
Pois bem.
Hoje, em meio à pesquisa diária, me deparo com um trecho que quero dedicar à Ana Paula e ao Claudio Luiz http://correioselado.blogs.sapo.pt/ e dizer aos dois que, embora nossos caminhos e objetos de estudo sejam díspares e independentes, às vezes nos cruzamos de forma perfeita e o entrelaçar das palavras confunde nossos interesses e idéias.
Veja:
"... Leone Battista Alberti, o arquiteto quatrocentista que considerou que sua arte formava, com a escultura e a pintura, um só todo e escreveu sobre elas - ou, melhor dizendo, sobre esse todo - como uma só arte. Os novos edifícios precisavam ser decorados, os antigos, restaurados, com figuras adicionais aqui e ali, e nas paredes cenas em cor, mais impressionantemente reais do que nunca. Como a maioria de seus colegas teóricos, Alberti era também um prático. São de sua autoria os planos que, com algumas alterações, foram executados por Bramante, Michelangelo, Maderno e Bernini para criar o mais grandioso monumento da moderna Roma, São Pedro. Esse empreendimento tinha a propósito de assinalar o "renascimento de Roma", em paralelo com o muito discutido renascimento do espírito ocidental. Homem de grande e eclético saber, Alberti expôs para os pintores as regras da perspectiva e para os homens de negócios as do cálculo e da contabilidade. O seu tratado sobre arquitetura, em latim, foi traduzido para o francês, italiano, espanhol e inglês. Vemos aqui, uma vez mais, o imenso benefício da imprensa."
Da Alvorada à Decadência
A História da Cultura Ocidental de 1500 aos nossos dias.
Jacques Barzun
Em itálico, tipo que a tradição informa ter sido inspirado na caligrafia de Petrarca. Se é verdade, não sei, mas de posse dessa informação passei a pensar nos manuscritos de Petrarca como impecáveis cadernos de normalista.
Cabou o recreio. Voltemos à leitura.
Quem sai aos seus...
Sabe aquele jogo de cartas que os personagens do filme Bastardos Inglórios jogam na taberna? Aquele que consiste em escrever o nome de um personagem numa carta e passar pro cara da direita que cola na própria testa e tenta adivinhar quem é? Poisentão...
A Fia tava jogando com os amigos e fizeram o favor de passar pra ela a carta escrito Ulisses.
Resultado: todo mundo adivinhou a sua e tava lá a Xu com a carta na testa, desolada.
A amiga resolve dar uma dica e diz: Ciclope.
A Xu não tem dúvidas: levanta num pulo, exultante e grita, vitoriosa: Wolwerineeeeeee!!!!!
Essa fia é minha. Não dou, não empresto, não vendo por dinheiro nenhum!
bejoteamo Xu!
A Fia tava jogando com os amigos e fizeram o favor de passar pra ela a carta escrito Ulisses.
Resultado: todo mundo adivinhou a sua e tava lá a Xu com a carta na testa, desolada.
A amiga resolve dar uma dica e diz: Ciclope.
A Xu não tem dúvidas: levanta num pulo, exultante e grita, vitoriosa: Wolwerineeeeeee!!!!!
Essa fia é minha. Não dou, não empresto, não vendo por dinheiro nenhum!
bejoteamo Xu!
sábado, novembro 06, 2010
Correio Elegante
Aninha e Claudim
Só tenho uma coisa a dizer: a vida em sociedade demanda cada vez mais esforço.
bejos
Só tenho uma coisa a dizer: a vida em sociedade demanda cada vez mais esforço.
bejos
Desejo de matar uns quatro
Neguim me manda, em sequência, os seguintes emails:
- Jesus morreu por ti e, portanto, a culpa é sua.
- Vacina pra depressão é religiosidade, perdão e fé.
- Mesmo que sua vida seja uma tragédia, Deus te dá de presente O DIA SEGUINTE!!!
No momento, minha caixa de entrada é o mais forte motivo pra não adquirir um porte de arma.
- Jesus morreu por ti e, portanto, a culpa é sua.
- Vacina pra depressão é religiosidade, perdão e fé.
- Mesmo que sua vida seja uma tragédia, Deus te dá de presente O DIA SEGUINTE!!!
No momento, minha caixa de entrada é o mais forte motivo pra não adquirir um porte de arma.
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